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Técnica para divisão de enxame desenvolvida por técnico da Emater ajuda a melhorar a renda das pequenas propriedades

Na nova técnica uma caixa pode ficar ao lado da outra sem que os enxames se misturem


Na apicultura, é importante que o produtor faça a divisão do enxame para aumentar a população do apiário quando uma caixa cresce muito. Com isso, ele evita a perda de abelhas caso elas decidam dividir-se naturalmente.

Por conta disso o extensionista rural da Emater-DF Névio Guimarães desenvolveu uma técnica inédita para divisão de enxames de abelhas em pequenas propriedades. No método tradicional, quando o apicultor quer fazer uma nova colmeia, ele deve colocar a nova caixa de abelha a 1,5 quilômetro da caixa original. Pela técnica desenvolvida por Guimarães, uma caixa pode ficar ao lado da outra sem que os enxames se misturem.

Como as propriedades rurais do DF se caracterizam em sua maioria por áreas pequenas, a técnica pode ser aplicada por qualquer produtor. "Em propriedades rurais de 1 ou 2 hectares, por exemplo, o pouco espaço pode dificultar a divisão de caixas pelo método mais tradicional", afirma Guimarães.
Como funciona - Ao realizar a divisão do enxame, deve-se repartir igualmente o número de quadros contendo favos de cria e alimento nas duas colmeias. A colônia que ficar sem rainha vai receber maior número de crias de três dias, que serão necessárias para a formação de uma nova rainha.
A nova caixa pode ficar a 50 centímetros de distância da antiga. Nela são colocados um alimentador e água, em garrafas, para que as abelhas fiquem 48 horas presas na caixa, que deve ser coberta com algo que a escureça.

"Após essas 48 horas, as abelhas vão perder o feromônio e a localização da antiga caixa. Assim, a nova caixa é aberta e as abelhas não se misturarão mais. Depois de 21 dias, vai nascer uma princesa, que vai voar, fecundar e voltar como uma nova rainha", explica o extensionista. Dessa maneira, com qualquer tamanho de propriedade é possível separar o enxame e aumentar a produção.

A apicultura - No Distrito Federal, há 132 apicultores cadastrados na Emater-DF, que em 2020 produziram 21,9 toneladas de mel, além de derivados como o própolis, cera e pólen.  A atividade tem sido aliada das práticas agrícolas, trazendo benefícios aos produtores e ao meio ambiente. Enquanto as abelhas colhem o néctar e o pólen necessários para se alimentarem e produzirem mel, a agricultura se beneficia da polinização, que amplia a produtividade e garante frutos de mais qualidade e, consequentemente, maior valor de mercado.

As abelhas com ferrão fazem enxames de 70 mil a 90 mil indivíduos, em média, e produzem de 30 kg a 40 kg de mel por caixa por ano em apiários fixos.

Para criar abelhas é fundamental conhecer o inseto. O produtor não pode ser alérgico ao veneno e precisa montar o local de cultura a uma distância de 300 metros a 500 metros de residências, de locais com animais domésticos e de estradas.

"Buscar toda e qualquer informação é fundamental. Livros, revistas, pesquisas científicas, sites na internet darão uma visão inicial. Deve-se procurar outros apicultores, informar-se, saber da atividade, conhecer apiários já instalados, certificar-se de como são apiários já em produção e como os apicultores lidam com seus apiários. Essas visitas vão ajudar a sanar dezenas de dúvidas para o iniciante na atividade", explica o também extensionista da Emater-DF Carlos Morais.

A Emater-DF pode contribuir com a assistência técnica e no contato com demais produtores da região. Interessados devem procurar qualquer escritório da empresa (veja aqui os endereços) e também baixar publicações gratuitamente na Biblioteca Digital da Emater-DF sobre este e outros assuntos (acesse aqui a página).

Além dos produtos provenientes das abelhas, a apicultura gera emprego na fabricação de caixas, vestimentas, utensílios para o manejo na criação, equipamentos industriais para processamento, embalagem, transporte e comercialização dos mais variados produtos. "O mel e seus derivados fazem parte de uma extensa cadeia produtiva. Os produtos são utilizados para alimentação, estética, para fabricação de medicamentos, entre outros", diz Morais. *Emater/DF

 

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