Relatório sobre porta-enxertos da série Geneva® no sul do Brasil
Em Caxias do Sul, o porta-enxerto G.213 foi o mais produtivo com produtividade acumulada de 102 ton na cultivar Fuji nas duas últimas safras e 129 ton para a Gala
A adoção de porta-enxertos é prática fundamental para a cultura da macieira, pois permite o alcance de maiores produtividades associadas à alta qualidade dos frutos, além de proporcionar maior precocidade na entrada em produção, distintos níveis de redução de vigor e resistência a pragas importantes para a cultura. Atualmente os porta-enxertos são desenvolvidos sob um enfoque global, buscando-se reunir atributos de interesse capazes de atender às necessidades da cadeia produtiva da maçã. Neste sentido, destaca-se a série americana Geneva®, com a qual desde 2011 vêm sendo conduzidos inúmeros experimentos pela UDESC, avaliando diversos porta-enxertos nos três estados da região Sul do Brasil. Os experimentos estão localizados nos municípios de Fraiburgo e Painel, ambos em Santa Catarina, Vacaria e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. Os porta-enxertos avaliados são os G.202, G.210, G.213, G.814 implantados no ano de 2017, bem como os porta-enxertos G.11, G.222, G.41, G.890, G.222, G.935, G.969 implantados no ano de 2018, todos enxertados sobre as cultivares Gala Select e Fuji Suprema. Os parâmetros avaliados foram a eficiência produtiva, calculada com base na área transversal do tronco (ASTT) e no número de frutos, a produtividade estimada com base no número de frutos multiplicado pelo peso médio dos mesmos e pela densidade de plantio, assim como o vigor baseado na área transversal do tronco.
Figura 1 - Pomar conduzido com porta-enxertos da série Geneva® e frutos produzidos nas áreas experimentais
Em Caxias do Sul, o porta-enxerto G.213 foi o mais produtivo com produtividade acumulada de 102 toneladas na cultivar Fuji nas duas últimas safras e 129 toneladas para a Gala. Além disso, este porta-enxerto caracteriza com baixo vigor, com ASTT de 13,5 cm², indicando tendo alta eficiência produtiva (Tabela 1). O G.213 apresenta frutos de maior coloração vermelha e demanda menos mão de obra, uma vez que são plantas de menor vigor. Em Vacaria, o G.213 na Fuji teve produtividade inferior aos demais porta-enxertos, porém, com melhor eficiência produtiva de 0,83 kg/cm2, indicando também um baixo vigor. Já para a cultivar Gala Select, o G.210 aparece com a maior produtividade acumulada e com a maior eficiência produtiva. Para o plantio de 2018, o porta-enxerto que se destaca é o G.935, por apresentar elevadas produtividades e alta eficiencia produtiva para ambas as cultivares, porém é um porta-enxerto que provavelmente não será comercializado no Brasil.
Em Painel, o G.213 apresenta altas produtividades e se destaca principalmente por suas altas eficiências produtivas, para Gala e Fuji. Além disso, com menor vigor de planta em comparação aos demais. Já em Fraiburgo, o G.210 com maiores produtividades acumuladas, embora não tenha apresentado as maiores eficiências produtivas.
Desta forma, a avaliação de parâmetros vegeto-produtivas destes porta-enxertos nas condições edafoclimáticas da região Sul do Brasil tem comportamentos diferenciado, tendo a possibilidade da adoção localizada de diferentes porta-enxertos para cada região. *Flavia Lourenço da Silva, Sabrina Baldissera, Bruno Piroli, Suzana de Carli, Pricila Santos da Silva, Aike Anneliese Kretzschmar, Alberto Ramos Luz, Daiana Petry Rufato, Leo Rufato
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