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Pesquisas da Secretaria da Agricultura sobre oliveiras são tema de painel em Seminário Binacional em Bagé

Leia também: Parceria binacional promete avanços em pesquisa, qualidade e olivoturismo


Oliveiras no RS

As pesquisas na área da olivicultura desenvolvidas pelo Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), foram apresentadas na tarde desta sexta-feira (5/12), pela pesquisadora Andréia Rotta de Oliveira, do DDPA/Seapi. Ela participou de painel sobre os "Avanços tecnológicos da pesquisa em olivicultura no Brasil e Uruguai", do 1º Seminário Binacional de Olivicultura do Bioma Pampa, que está ocorrendo no IFSUL, em Bagé.

A pesquisadora apresentou uma linha do tempo com a história das pesquisas sobre olivicultura no Departamento, iniciadas em 2008. Pesquisas sobre diferentes assuntos como adaptabilidade das oliveiras, aspectos fitotécnicos, estratégias de desenvolvimento sustentável e diagnóstico dos olivais no RS, abordando aspectos socioeconômicos, doenças e pragas e tipos de solo. "A partir deste diagnóstico, dos dados publicados, nós conseguimos avançar e realizar novas pesquisas, como o uso de bioinsumos e a questão dos solos ácidos, um dos maiores desafios da cultura", destacou Andréia Oliveira.

As pesquisas mais recentes em desenvolvimento no DDPA/Seapi estão sendo realizadas na área de controle biológico para controle da antracnose e fusariose em oliveiras, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e na área de fenologia das variedades de oliveiras, área onde há pouca informação sobre o assunto. 

Andreia conta que uma nova pesquisa deve iniciar no próximo mês, em janeiro de 2026, sobre o uso de micorrizas (associações simbióticas mutualísticas entre fungos do solo e raízes de plantas) na produção de mudas.  

Abertura - O coordenador da Divisão Agropecuária do Departamento de Governança dos Sistemas Produtivos (DGSP) da Secretaria da Agricultura, Paulo Lipp João, representou a Secretaria da Agricultura na abertura do evento.

O encontro foi (6/12), juntamente com o 6º Encontro Estadual de Olivicultura, o 1º Simpósio Nacional de Olivoturismo e a 1ª Feira da Campanha Gaúcha. Os eventos tiveram a organização do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), Asociación Olivicola Uruguaya (Asolur), prefeitura de Bagé e Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi). *Texto e foto: Ascom Seapi. 

Brasil e Uruguai firmam convênio para fortalecer olivicultura e olivoturismoAcordo entre Ibraoliva e Asolur estabelece cooperação técnica, pesquisa e promoção conjunta dos setores nos dois países - O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) e a Asociación Olivícola Uruguaya (Asolur) formalizaram na sexta-feira, 4 de dezembro, durante o 1º Encontro Binacional de Olivicultura do Bioma Pampa, realizado em Bagé (RS), um convênio para ampliar ações de desenvolvimento da olivicultura e do olivoturismo no Brasil e no Uruguai. A assinatura foi celebrada pelos presidentes Flávio Obino Filho, do Ibraoliva, e Gonzalo Aguirre, da Asolur.

O acordo estabelece diretrizes para a construção de propostas, planos de trabalho e termos específicos de cooperação, permitindo atuação coordenada em pesquisa, capacitação, promoção e integração institucional. Entre as prioridades estão estudos agronômicos voltados à adaptação das culturas, superação de limitações de produção e expansão do consumo de azeites extravirgens.

Obino Filho destacou que a parceria representa um avanço para toda a região. "Nós classificamos a assinatura desse convênio como um marco de integração na América Latina", afirmou. Ele explicou que o sul do Brasil e o Uruguai compartilham características semelhantes no cultivo da oliveira e que ambos países buscam azeites de qualidade. Segundo ele, a região não trabalha com o modelo superintensivo adotado no Chile, na Argentina ou em países da Europa, enfrentando, em vez disso, desafios comuns, como a instabilidade produtiva e a umidade, apontada como um dos principais entraves. "Temos as mesmas dores, tanto os produtores do Brasil quanto os do Uruguai", ressaltou.

O presidente do Ibraoliva também enfatizou o impacto institucional da união. Ele observou que o convênio abre caminho para ações conjuntas em pesquisa e promoção de azeites de qualidade, além de aproximar os dois países do Conselho Oleícola Internacional (COI). Obino Filho lembrou ainda que o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) já apoiou financeiramente o seminário binacional realizado em Bagé, fruto direto desse convênio. "Tanto o CAF quanto o COI veem potencial real para o crescimento da produção de oliveiras e azeites de qualidade na região e querem contribuir com projetos técnicos, de promoção e de olivoturismo", comentou.

Aguirre, por sua vez, ressaltou a relevância estratégica do acordo para os dois países. "O convênio que estamos firmando entre a Asolur e o Ibraoliva é muito importante. Estamos marcando uma agenda estratégica para ambas instituições e para a olivicultura no Uruguai e no Brasil. Confiamos que haverá um antes e um depois", destacou. Ele afirmou que a sinergia entre as entidades deve se refletir também na integração com a Câmara Setorial do Rio Grande do Sul e com instituições uruguaias, envolvendo universidades, ministérios, centros de pesquisa e órgãos de promoção, para construir uma olivicultura com futuro mais promissor.

O presidente da Asolur frisou ainda a importância do apoio internacional. "A presença do CAF é fundamental, porque vai nos ajudar a financiar estudos ligados à climatologia e às mudanças climáticas, temas decisivos para tornar nossa olivicultura mais eficiente", explicou. Aguirre acrescentou que a parceria permitirá avançar em temas como controle e certificação dos azeites importados, fortalecimento de selos de qualidade e expansão do olivoturismo. Ele também agradeceu a Obino Filho pela liderança na articulação do acordo e afirmou esperar que próximos encontros possam ocorrer no Uruguai, reunindo produtores dos dois países para avançar em novos projetos conjuntos.

O convênio prevê ainda articulação com ministérios, universidades, centros de pesquisa, empresas públicas, bancos de desenvolvimento e organismos internacionais. O acordo tem vigência inicial de 24 meses, com renovação automática pelo mesmo período, salvo manifestação contrária de uma das partes. *Foto: Linai Bastos/Divulgação - Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective

 

 

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