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Pesquisadora desenvolve embalagem que retarda o escurecimento de frutas

Uma maçã, por exemplo, após cortada ao meio, pode durar até 30 dias na geladeira, se embalada no plástico, segundo a pesquisadora


Produto, desenvolvido na Faculdade de Farmácia da UFMG, é mais sustentável que plásticos tradicionais e aumenta a vida útil de maçãs e peras

Uma embalagem desenvolvida na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal  de Minas Gerais (UFMG) consegue retardar significativamente o escurecimento de frutas, como peras e maçãs, evitando o fenômeno chamado escurecimento enzimático. O produto, que pode aumentar a vida útil dos alimentos e diminuir o desperdício, foi criado pela pesquisadora Andréia Handa Suzuki, sob orientação das professoras Adriana Silva França e Camila Fante.

A busca pela fórmula ideal para a embalagem atravessou o mestrado e doutorado, no Programa de Pós-graduação em Ciência de Alimentos. Após fazer uma série de testes, a pesquisadora conseguiu desenvolver um produto que combina filme de PVC, como os que utilizamos na cozinha de casa, óleo de soja de resíduo de frituras e antioxidantes naturais, mais precisamente vitamina C, vitamina E e ácido cítrico.

Segundo Andréia Suzuki, estudos anteriores já tinham mostrado a eficácia desses antioxidantes para reduzir o escurecimento das frutas, mas a novidade do seu trabalho é a introdução desses produtos diretamente na embalagem.

Os testes conduzidos pela pesquisadora mostraram que os filmes com ácido cítrico, por exemplo, reduziram em 26,5% o escurecimento de peras em temperatura ambiente e 38,4% sob refrigeração.

A pesquisadora também destaca que outra vantagem dos filmes que ela desenvolveu é que, apesar de ainda utilizarem plástico na sua composição, eles são mais naturais que os produtos disponíveis atualmente no mercado.

De acordo com Andréia, a redução de plástico na embalagem foi de 45%, que foi substituída por produtos naturais. "Um deles é o óleo de soja, usado epoxidado, cujo processo eu desenvolvi, e acrescentei ainda três tipos de antioxidantes naturais, que são as vitaminas E e C e o ácido cítrico. É isso que faz com que o filme plástico diminua o escurecimento da fruta, sempre que a cortamos", detalha Andréia. Uma maçã, por exemplo, após cortada ao meio, pode durar até 30 dias na geladeira, se embalada no plástico, segundo a pesquisadora.

A pesquisa foi realizada em seis anos e a intenção é que, no futuro, o produto seja vendido em escala comercial. "Isso ajudaria a diminuir o desperdício de alimentos, que hoje em dia é algo muito problemático no nosso País devido os níveis de fome e insegurança alimentar que temos", finaliza Andréia. *ConexaoAgro

Raio-x da pesquisa

Tese: Desenvolvimento, caracterização e avaliação da ação de filmes de PVC contendo antioxidantes no escurecimento enzimático de frutas
O que é: Pesquisa que criou embalagem com aditivos sustentáveis e naturais para diminuir o escurecimento e aumentar a vida útil de frutas
Pesquisadora: Andréia Handa Suzuki
Programa de Pós-graduação: Ciência de alimentos
Orientadora: Adriana Silva França
Coorientadora: Camila Fante
Financiamento: Capes

 

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