Produtores estão otimistas com safra do caqui em São Paulo
Produção de caqui recua no Paraná e valor da cultura despenca - Estado representa apenas 3,9% da produção nacional; área plantada e VBP registram forte queda na última década
Períodos de chuvas e calor intenso atrapalhou a safra de caquis neste ano, mas os agricultores ainda estão otimistas com a colheita. Itatiba (SP) é a cidade que mais produz caquizeiros em todo o país - O calor intenso do começo deste ano e as fortes chuvas atrasaram a colheita das safras de caqui. No entanto, os agricultores expressam otimismo com o plantio. Em comparação com o cultivo do ano de 2024, a safra deste ano deve ter um aumento significativo.

Caqui de Itaatiba - Foto TV TEM - 30 de março 2025.
De acordo com o agricultor Rodrigo Bisetto, estima-se que 200 quilos de caquis serão colhidos em sua fazenda, um aumento de 40% quando comparado com a colheita do ano passado. Cada quilograma da fruta equivale a R$ 4.
Além do lucro, a safra carrega uma historia importante para a família de Rodrigo. No pomar, há árvores de caqui com mais de cem anos de idade. Entre eles, um pé que foi plantado em Itatiba (SP), na época do bisavô do agricultor.
Durante todos esses anos, os caquizeiros passaram por muitos desafios. Um dos exemplos é o calor, que afeta diretamente a fruta, que se desenvolve melhor em climas amenos ou períodos de chuvas regulares.
Segundo o engenheiro Hiro Kawabata, dois dias de chuva no mês de janeiro equivaleram ao mês todo. Por conta disso, a formação dos caquis foi duramente afetada, deixando a fruta menor. No entanto, o profissional afirma que o gosto sempre permanece o mesmo. *Por Nosso Campo, TV TEM - 30/03/2025.
Itatiba é a cidade com mais produção de caqui de todo o país. São 70 plantações de caquizeiros que movimentam R$ 13,5 milhões/ano. Das 84 mil toneladas produzidas no Brasil, aproximadamente 5 mil são do município.

Produção de caqui recua no Paraná e valor da cultura despenca - A produção de caqui no Paraná segue em declínio contínuo, afetando não apenas a área cultivada e o volume colhido, mas também o Valor Bruto da Produção (VBP). É o que revela o Boletim de Conjuntura Agropecuária divulgado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), com dados referentes ao período de 28 de março a 2 de abril.
Atualmente, o Paraná responde por apenas 3,9% da produção nacional da fruta. Em 2023, o estado registrou uma área plantada de 470 hectares, com colheita estimada em 6,2 mil toneladas e VBP de R$ 18,2 milhões. No entanto, os números mostram uma tendência de retração ao longo da última década: a área destinada à cultura do caqui caiu 56,2%, enquanto a produção recuou 54,5%. A principal causa apontada pelos técnicos do Deral é a elevada incidência de antracnose nos pomares.
Em 2015, o VBP deflacionado da cultura no estado era de R$ 42,9 milhões. O valor atual representa uma queda de 57,7% em relação àquele ano.
A produção estadual está concentrada principalmente em quatro Núcleos Regionais: Curitiba (29,1%), Ponta Grossa (21,3%), Cornélio Procópio (11,8%) e Apucarana (11,4%), que juntos respondem por 73,5% do total. Entre os municípios, Arapoti lidera a produção com 13,6%, seguido por Bocaiúva do Sul e Porto Amazonas.

As Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa/PR) comercializaram, até novembro de 2023, um total de 8,4 mil toneladas de caqui, com movimentação financeira de R$ 46,7 milhões. O produto teve como principais origens o Rio Grande do Sul (66%) e o próprio Paraná (25,2%), sendo vendido a um preço médio de R$ 5,52 por quilo. Também foram vendidas 12,2 toneladas de caqui importado, principalmente da Espanha, com preço médio de R$ 23,60/kg.
No comparativo entre fevereiro e março de 2025, os preços pagos ao produtor paranaense subiram de R$ 127,50 para R$ 148,11 por caixa de 20 kg, o que representa uma alta de 16,2%. Em relação ao mesmo período de 2024, o aumento foi de 51,1%. Apesar da valorização na produção, os preços no varejo apresentaram retração: em março de 2025, o preço médio ao consumidor foi de R$ 13,83/kg, uma queda de 21% em relação ao mês anterior.
No cenário nacional, o caqui ocupa a 19ª posição entre as frutas mais produzidas, com volume de 165,3 mil toneladas e VBP de R$ 517,1 milhões em 2023, segundo dados do IBGE. A área plantada total no país é de 7,7 mil hectares, concentrada principalmente em São Paulo (47,2%), Rio Grande do Sul (28%) e Minas Gerais (11,2%).
As exportações brasileiras da fruta somaram 460 toneladas em 2024, com receita de US$ 995 mil. Países Baixos, Canadá e Estados Unidos foram os principais destinos, absorvendo 48,4% do volume e gerando 65,4% da receita total. A Espanha liderou as importações, com aquisição de 572 toneladas. *Portal do Agronegócio - 09/04/2025.
Por fim, o Deral alerta que a combinação de chuvas irregulares com temperaturas elevadas deve antecipar o ciclo da safra deste ano, o que pode resultar em mais uma redução nos volumes colhidos no estado.