Mancha oleosa é desafio para a cultura do maracujá

Brasil mantém a liderança mundial na produção e no consumo de maracujá

15/12/2025 16:02
Mancha oleosa é desafio para a cultura do maracujá

O Brasil mantém a liderança mundial na produção e no consumo de maracujá, respondendo por aproximadamente 70% do volume global. Segundo dados do setor, o país produz perto de 700 mil toneladas anuais, distribuídas em cerca de 46 mil hectares cultivados. A cadeia produtiva, de forte relevância social e econômica, sustenta o abastecimento interno e gera renda a agricultores de diferentes perfis, incluindo pequenos produtores.

Mesmo com a expansão da cultura, desafios fitossanitários continuam a limitar o desempenho dos pomares, sobretudo em áreas de alta umidade. Entre eles, destaca-se a mancha oleosa, doença bacteriana que compromete a produtividade. Especialistas alertam que, sem manejo adequado, as perdas podem superar 80%.

A incidência da mancha oleosa é mais intensa no Nordeste, especialmente na Serra da Ibiapaba (CE), onde o cultivo ocorre o ano todo. De acordo com Ricardo Joaquim Carvalho da Silva, representante técnico comercial da Nordeste Atacado, o período chuvoso, de dezembro a junho, favorece o avanço da doença. ?Os danos são visíveis nas folhas, com grande perda foliar, comprometendo ramos e até os frutos, que ficam manchados e perdem valor comercial?, afirma. Segundo ele, ?controlar a mancha oleosa no período de chuva é fundamental para garantir produtividade e qualidade?.

Francisco Fernando, técnico agrícola da Satis e responsável técnico de vendas no Ceará e no Rio Grande do Norte, destaca os efeitos diretos sobre o desempenho das plantas. ?A mancha oleosa reduz a fotossíntese, enfraquece a planta e prejudica a formação e o enchimento dos frutos. No início das chuvas, esse risco aumenta e a atenção ao manejo deve ser redobrada,? explica.

Em resposta ao avanço da doença, produtores têm buscado alternativas que combinem ação direta contra a bactéria e estímulo fisiológico às plantas. Entre as tecnologias utilizadas está o Fulland, desenvolvido pela Satis, apontado como indutor de resistência, facilitador da translocação de fungicidas e intensificador do efeito de defensivos. Ricardo observa que o produto ?age no controle da bactéria, tanto preventivamente quanto de forma curativa, e pode ser utilizado em conjunto com outros defensivos?.

Além da mancha oleosa, a última safra também registrou prejuízos causados pelo Tripes, praga mais comum no período seco, de julho a dezembro. Técnicos reforçam que o manejo deve incluir atenção constante à broca do maracujá, à mosca das frutas e aos ácaros, com estratégias permanentes e uso integrado de tecnologias. *Agrolink/Seane Lennon ? 12/12/2025.