Frutas de Clima Temperado

Melhoramento genético auxilia na qualidade e na ampliação da fruticultura do País .


 

 

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de pêssegos do Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado concentra cerca de 57% do plantio de pessegueiros. No Estado, está também o maior núcleo de pesquisas da fruticultura. A Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, se dedica ao desenvolvimento de tecnologias para os agroecossistemas do Sul do País.A frente do setor de pesquisas está Maria do Carmo Bassols Raseira. Desde que se formou em Agronomia pela Universidade Federal de Pelotas, no ano de 1968, a pesquisadora se dedica ao melhoramento vegetal. Com mestrado em fruticultura pela Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos e doutorado em Ciência Vegetal pela mesma universidade, Maria do Carmo comanda a equipe de pesquisa da Embrapa Clima Temperado formada por seis pessoas. O grupo, se dedica ao melhoramento genético na cultura do pessegueiro. São realizados cruzamentos entre materiais genéticos que se complementam com características de qualidade. A partir disso, cultivares são feitos com adaptação às condições climáticas de diferentes regiões persícolas do País. Atualmente, é prioridade da equipe ampliar a qualidade das frutas colhidas nos extremos das safras. Isso porque, é grande a concentração de materiais que crescem entre novembro/dezembro. Ou seja, as frutas colhidas no período inicial (outubro) tendem a ser mais amargas, já que florescem em um período frio. O mesmo acontece com as frutas do final da colheita (janeiro) essas por sua vez sofrem com a alta incidência de fungos, por enfrentar grandes períodos chuvosos. Segundo a pesquisadora, a parceria com especialistas de outros estados é fundamental para desenvolver esses materiais. A central de estudos está localizada em Pelotas, porém, a Embrapa possui uma rede de unidades de observação, ao todo, existem 25 pontos espalhados entre os estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo. Nesses locais, os materiais genéticos são expostos para verificar sua adaptação à chuva. Além dos pesquisadores, a Embrapa conta com o auxílio de produtores locais. A unidade também se dedica a outras variedades de pêssegos, como nectarinas, uma fruta pouco comum no Brasil, isso porque, as sementes são importadas, o que resulta em uma fruta mais ácida. *Jornal do Comércio

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